quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Passageiros de voos lotados deverão decidir se viajam ou cedem lugar para transporte de órgãos


Passageiros de voos lotados deverão decidir se viajam ou cedem lugar para transporte de órgãos

Acordo entre Ministério da Saúde e companhias aéreas visa aumentar número de transplantes

Nesta quarta-feira (4), o Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria de Aviação Civil, FAB (Força Aérea Brasileira) e Infraero assinam um acordo com empresas aéreas para transportar órgãos sólidos e tecidos no País. A iniciativa conta com o apoio da Tam, Gol, Azul, Oceanair e Passaredo.

No acordo, as companhias aéreas se comprometem a priorizar o embarque dos órgãos e das equipes responsáveis por levar o material para a realização de transplantes ou aqueles que vão fazer a captação dos órgãos doados. Elas, inclusive, vão arcar com as taxas aeroportuárias de embarque e conexão. Em casos de voos lotados, caberá à empresa aérea conversar com os passageiros para que voluntariamente abram mão de seu voo e embarquem apenas no próximo.

Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa deve aumentar a distribuição de órgãos e tecidos para transplantes no Brasil, principalmente na região Norte. Atualmente, em alguns estados do País, especialmente no Norte, quase 60% dos transplantes realizados necessitam de logística aérea.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o acordo formaliza a relação do Sistema Nacional de Transplantes, órgão do Ministério da Saúde com as companhias aéreas, além de trazer regras claras e definidas das partes envolvidas. Ele destacou importantes características da formalização.

— A partir deste fim de semana uma equipe formada por oito enfermeiros passam a trabalhar 24 horas, por meio de rodízio, no CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea). Essa equipe acompanhará o fluxo dos voos para tomada de decisões rápidas sobre a logística dos órgãos que serão transportados.

Ao falar da prioridade de embarque e desembarque dos órgãos nas aeronaves, o ministro Padilha deixou claro que os passageiros não serão obrigados a ceder seus assentos.
— Apenas contamos com o espírito solidário do povo brasileiro.

A expectativa é aumentar em 10% o número de órgãos sólidos transportados — que exigem maior rapidez por conta do tempo de falência. Nos últimos doze anos, houve um aumento de 236% na utilização de voos para esta finalidade, passando de 67, em 2000, para 5.102 voos, em 2013.

Outro ponto que tornará a logística mais eficiente é a presença física de um representante da Central Nacional de Transplante do Ministério da Saúde, durante 24 horas e todos os dias do ano, no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea.

O Brasil é referência mundial na área de transplantes. Atualmente, 95% das cirurgias no País são realizadas no SUS (Sistema Único de Saúde). Em 2012, foram transportados 3.514 órgãos e tecidos, o que corresponde a 14,6% dos 23.999 transplantes realizados no mesmo ano.

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