quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Reservistas farão policiamento no Entorno

Reservistas farão policiamento no Entorno
25 Set 2013

Daqui a três meses, reservistas do Exército Brasileiro começarão a fazer o policiamento nas ruas de cidades do Entorno e de outros quatro municípios goianos. O contrato temporário, assinado entre os jovens e o governo de Goiás, vale por dois anos e nove meses. Os soldados, no entanto, ganharão três vezes menos do que um policial militar do estado vizinho a Brasília. Enquanto o vencimento inicial de um PM é de R$ 2.971, os contratados receberão, inicialmente, R$ 939,33. Após o período de treinamento, o ordenado subirá para R$ 1.341,90.
Além do salário menor, os reservistas serão submetidos a treinos mais curtos do que os dos colegas da polícia. Para ingressar na PM, o candidato precisa ter curso superior e, se aprovado, passar nove meses na Academia de Polícia Militar, recebendo instruções e fazendo aulas práticas. Já os reservistas, dos quais é exigido só o nível médio, terão apenas três meses de curso, que começou na segunda-feira, na academia da PM, em Goiânia. São 454 homens, escolhidos pelo Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual. Além do Entorno, eles atuarão na capital do estado, em Caldas Novas, em Jataí e em Rio Verde.
Após os 33 meses previstos no contrato, os temporários poderão prestar concurso público a fim de serem efetivados na Polícia Militar, segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás. Eles ganharão como benefício uma pontuação extra na seleção. No entanto, o órgão, que, há anos, anuncia um exame para os quadros das polícias Civil e Militar, dessa vez não falou em prazo para o concurso, mas adiantou que os planos do governo goiano são de contratar outros 850 soldados temporários, em novembro. O projeto pode ainda ser estendido ao Corpo de Bombeiros.
A PM de Goiás, que tem 12 mil integrantes, diz que a maioria dos reservistas recrutados agora acabou de prestar o serviço militar. Por isso, têm entre 18 e 20 anos, "experiência em tiro" e conhecem os "fundamentos de disciplina e hierarquia". Nos três primeiros meses, terão aulas de relações interpessoais, policiamento comunitário, noções de direito e padrão das operações da PM.

Força Nacional
Desde setembro de 2012, 133 homens da Força Nacional de Segurança atuam no Entorno. O reforço foi pedido pelo GDF, com apoio do governo de Goiás. O Ministério da Justiça renovou o pedido de permanência da tropa por diversas vezes. A mais recente, há duas semanas, quando se definiu que o grupamento ficará na região por mais seis meses. Inicialmente, a alegação era de que ela faria um serviço ostensivo paralelo ao da PM.
A tropa especial trabalha no Entorno Norte e Sul, mas se concentra em Planaltina, em Formosa, no Novo Gama, em Valparaíso, na Cidade Ocidental, em Luziânia e em Cristalina. O chefe de Gestão de Segurança no Entorno, coronel Divino Efigênio de Almeida, reconhece as dificuldades nessas regiões. "Temos uma deficiência de recursos humanos, e a Força Nacional auxilia nessa cobertura. Não na totalidade, mas é uma ajuda emergencial", afirma.
O oficial explica que o efetivo não age isoladamente, mas em conjunto com as corporações militar e civil de cada município. Um ano de atuação em 19 municípios goianos resultou na queda de assassinatos. "Tínhamos uma projeção de 780 homicídios para 2012, mas registramos 598 no Entorno. A previsão era crescer 20% em relação a 2011, mas caiu cerca de 30%. Neste ano, esperamos redução de 30% a 35%. Até agora, temos 310 casos. E os homicídios têm uma apuração imediata."
Outro contingente da Força Nacional, formado por policiais civis de todo o país, desembarcou em Goiânia no último dia 7. Ele está encarregado de resolver quase 3 mil homicídios ocorridos até 2008 e ainda não esclarecidos. Quatro delegados, 22 agentes e oito escrivães de outras unidades da Federação permanecerão em Goiás por três meses, inicialmente.

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