Shoyu engorda por ser bomba de sódio e traz riscos ao coração
Molho utilizado na culinária japonesa deve ser consumido com cuidado
por Ana Flora Toledo
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“Algumas marcas chegam a apresentar 646 mg de sódio por 10 ml (uma colher de sopa), sendo que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o consumo não ultrapasse 2 g de sódio por dia”, alerta a nutricionista e gerente administrativa do restaurante japonês by Koji Marcia Soares, que pede atenção especial a quem já apresenta problemas que podem ser agravados com o alto consumo de sódio. “Deve ser consumido moderadamente por todos, mas especialmente por aqueles que apresentam hipertensão arterial ou retenção hídrica”.
De origem chinesa, mas presente na culinária japonesa, o yakissoba leva shoyu em seu preparo (Shutterstock)
O shoyu, além de ser usado direto na mesa para temperar sushis e sashimis, também está presente no preparo de diversos pratos quentes, entre eles, o yakissoba. E o que mais alarma nessa alta quantidade de sódio é que poucas pessoas maneiram durante o consumo e, naturalmente, irão ingerir outros alimentos com sódio durante o dia, aumentando e muito essa soma.Portanto, na hora de comer, é preciso ter alguns cuidados. “O correto é colocar apenas uma pequena quantidade no pratinho, evitando assim o consumo excessivo. Além disso, dar apenas uma leve passada do peixe e não mergulhá-lo completamente. Também evite o contato do arroz com o molho, pois ele suga o líquido e o consumo aumenta”, ensina a especialista, que dá um exemplo de como evitar o contato do arroz dos nigiris com o shoyu: “Se a pessoa tiver um pouquinho de habilidade, consegue virar o nigiri de ponta cabeça e dar uma leve pincelada do peixe no shoyu sem encostar o arroz, ou então pode pegar com a mão mesmo, que também é correto e evita acidentes”.
Valor calórico
Existem três tipos de shoyu mais comuns: tradicional, suave e adocicado. Cada um possui uma composição diferente. O primeiro, em geral, conta com ingredientes como soja, trigo, sal, álcool, água. Já o suave leva água, sal, soja, milho, açúcar, xarope de glicose, corante caramelo e conservador sorbato de potássio; enquanto o último pode ter açúcar, água, soja, trigo, sal, xarope de glicose e vinho. O valor calórico deles varia de 7 kcal a 26 kcal por colher de sopa, sendo o adocicado o que mais apresenta calorias.
Vale o alerta da especialista: os shoyus que não contém glúten podem ser consumidos por quem possui doença celíaca. Já os que têm trigo em sua composição são contraindicados para esses casos.
Colocar pouco shoyu no recipiente pode ajudar a evitar o mergulho dos sushis no molho (Shutterstock)
E o light?Pode ser melhor escolher pelo light, mas nem sempre essa é a melhor opção. Isso porque tudo depende da marca do produto. “O shoyu light apresenta menos sódio que o normal, comparando produtos da mesma marca. Contudo, se compararmos marcas diferentes, isso pode não acontecer”, conta Marcia.
Um exemplo é quando comparamos o adocicado da marca X com o light da marca Y e percebemos que o adocicado possui 225 mg de sódio por 10ml, enquanto o light possui 380 mg de sódio por 10ml. Nesse caso, o light apresenta mais de 100 mg a mais de sódio, o que não significa nenhuma vantagem em relação ao tipo adocicado.
Mas mesmo encontrando o menos calórico e com menos sódio entre as marcas, a nutricionista chama atenção para o consumo, que também deve ser restrito. “Não é porque é light que o consumo está liberado, apenas indica que a quantidade presente é menor, mas mesmo assim deve ser consumido com moderação”.
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