sexta-feira, 19 de julho de 2013

Exame da tireoide deve ser realizado a partir dos 35 anos

Exame da tireoide deve ser realizado a partir dos 35 anos

Cláudio Bandeira

  • Divulgacao | Sino Biotec

    Óleo de Peixe é rico em iodo, ajuda a prevenir problemas na tireóide

Desde que a primeira descrição científica da tireoide foi realizada pelo anatomista flamengo Andreas Vesalius (1514-1564), a glândula passou a ser um dos principais focos de estudo entre os órgãos do corpo humano.

Quando não funciona apropriadamente, pode causar fadiga constante, intestino preso, unhas quebradiças, pernas inchadas e dificuldade em perder peso.

A tireoide fica na parte anterior do pescoço e regula através dos  hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), entre outras, as funções das células em todo o organismo, controlando o metabolismo, a produção de calor, ciclo menstrual/fertilidade, memória, atenção, batimentos cardíacos,  peso corporal e níveis de colesterol.

Saiba mais

A partir dos 35 anos - sem distinção de sexo - todos devem realizar periodicamente a dosagem do TSH (sigla em inglês para hormônio estimulante da tireoide).

A recomendação dos especialistas em endocrinologia e metabologia integra o consenso médico para tratamento das doenças da tireoide a ser apresentado no I Encontro Baiano de Patologias da Tireoide,  hoje e amanhã no auditório do Centro Médico Hospital Português.

Dosagem de TSH - A dosagem de TSH permite identificar, a partir de uma amostra de sangue, se a glândula está funcionando normalmente.
As doenças da tireoide atingem mais as mulheres. Pesquisas apontam que 10% da população feminina acima dos 40 anos e 20% com mais de 50 sofrerão de alguma disfunção na glândula, explica o médico PhD em endocrinologia Helton Estrela Ramos, organizador do evento, consultor do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Português e professor da Ufba.

O endocrinologista destaca que entre as doenças mais prevalentes da glândula está o hipertireoidismo, que acontece quando há produção exagerada de hormônios. Eles vão acelerar o metabolismo, causar a perda de cálcio, ansiedade e irregularidade nos batimentos cardíacos.

Uma outra disfunção é o hipotireoidismo, que ocorre quando a produção de hormônios pela glândula é insuficiente, resultando em cansaço, depressão e diminuição da atividade cerebral.

O especialista alerta que os nódulos devem ser apropriadamente investigados pois em 5% dos casos representam o câncer da tireoide que também acometem majoritariamente o sexo feminino.

Segundo o Datasus, essa neoplasia é a quinta mais comum em mulheres, só perdendo para o câncer de pele, mama, útero e cólon.

Há hoje um maior número de diagnósticos da doença nodular da tireoide, mas o médico Helton Ramos afirma que isso não indica uma epidemia. "Apenas um maior número de exames de ultrassom tem sido solicitado".  O diagnóstico precoce permite o controle dos sintomas e previne o agravamento das consequências geradas pelos distúrbios causados pelo mau funcionamento da glândula.

O especialista alerta ainda para os riscos oferecidos pelo excesso de consumo dos chamados alimentos industrializados pois podem conter disruptores endócrinos que levam a maior risco de doenças relacionadas a tireoide.

Ainda segundo ele,  o excesso de consumo de sal e, consequentemente, iodo pode levar ao hipotireoidismo, que é a baixa produção de hormônios pela tireoide.  A quantidade ideal recomendada para um adulto é de 150 microgramas por dia, que pode ser  atingida sem qualquer adição extra de sal à comida pronta.

Avanços científicos - Dentre as recentes descobertas científicas a serem apresentadas no encontro, estão o surgimento de doenças tireoidianas em pacientes que fazem uso regular de novas medicações contra hepatites e alguns tipos de câncer, bem como novas patologias genéticas que atrapalham o funcionamento da tireoide e se correlacionam ao retardo mental, dai a importância do teste do pezinho que possibilita o rastreamento de problemas da tireoide nos primeiros dias de vida .

A professora doutora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) Edna Kimura, um dos destaques do encontro, traz as recentes descobertas genéticas sobre à evolução do tumor tireoidiano na conferência "Câncer de tireoide: aspectos moleculares e sua potencial aplicação clínica".

Saiba quais alimentos ajudam na prevenção de doenças na tireóide

A tireoide é uma glândula que regula várias funções do organismo. Abaixo, uma lista de alimentos que ajudam a prevenir problemas no seu funcionamento:

Algas marinhas - São uma rica fonte de iodo e ainda trazem boa quantidade de selênio, indispensável para a  produção de hormônios pela tireoide. Não se deve, contudo, exagerar no seu consumo

Castanha-do-pará - Fornece substâncias para o bom funcionamento da glândula. É rica em selênio e ômega-3.  Dose  recomendada pelos nutricionistas: uma ou duas castanhas. Nunca além disso

Quinua - Fonte de proteínas vegetais, a quinua é  comparada à soja. O grão é rico em cálcio, ferro, fibras, magnésio, potássio e selênio. Consumir duas colheres por semana, na salada,  risoto ou shakes

Óleo de peixe - Rico em iodo. Preferir salmão, sardinha e atum. O nutriente também é achado em vegetais como a chia e a linhaça. Consumir 120 g de peixe três vezes por semana ou duas cápsulas de 1.000 mg

Leite e derivados - Fonte de cálcio, vitaminas A e  D e iodo, principais responsáveis pela saúde da tireoide. Deve-se consumir diariamente três porções:  um copo de leite, um iogurte à tarde e duas fatias de queijo branco

Gema de ovo - Oferece  componentes antioxidantes. A pequena quantidade de iodo presente no alimento é importante para a produção de hormônios pela tireoide uma pré-vitamina A

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