terça-feira, 27 de agosto de 2013
H1N1 – Influenza – Gripe A
H1N1 – Influenza – Gripe A
A gripe (influenza) é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus influenza, transmissível de uma pessoa para outra por via respiratória. A gripe ocorre em todos os países do mundo e, há pelo menos 400 anos, o vírus influenza vem causando epidemias a cada 2-3 anos e, eventualmente, pandemias (epidemias que afetam um grande número de países). As pessoas idosas e as portadoras de doenças crônicas que desenvolvem gripe têm maior risco de complicações como a pneumonia bacteriana, o que pode tornar necessário a internação hospitalar. A vacina contra a gripe reduz o risco de adoecimento causado pelo vírus influenza e, em razão disto, o de complicações bacterianas.
Transmissão
O vírus influenza é facilmente transmitido de uma pessoa para outra através de gotículas eliminadas através da tosse ou do espirro. A penetração do vírus no organismo ocorre através da mucosa do nariz ou da garganta e a aglomeração de pessoas em ambientes fechados facilita a disseminação da gripe.
Riscos
O risco de transmissão da gripe existe em todos os países do mundo. Condições como aglomeração de pessoas em ambientes fechados, principalmente durante o inverno, facilitam a disseminação do vírus influenza. Em razão disto, as viagens para grandes centros populacionais durante o inverno aumentam o risco de aquisição da doença.
O vírus influenza, pertence à família Orthomyxoviridae e é classificado de acordo com o material genético em três tipos diferentes (A, B e C). Os vírus influenza A são capazes de infectar diversas espécies de animais (pássaros, galinhas, patos, porcos, cavalos, baleias etc). Os vírus influenza B e C, basicamente, infectam seres humanos. Os vírus influenza A e B são capazes de causar epidemias. O vírus influenza C não tem potencial epidêmico e, em geral, causa doença de menor gravidade.
O vírus influenza A é classificado em subtipos, que são determinados por glicoproteínas (hemaglutininas‐H‐ e neuraminidases ‐ N) presentes na sua superfície. Pelo menos 15 hemaglutininas (H1 a H15) e 9 neuraminidases (N1 a N9) já foram descritas. A infecção de seres humanos a partir de vírus influenza A originados de aves ou de outros animais é pouco comum. Em seres humanos, geralmente, a infecção ocorre pelos subtipos contendo as hemaglutininas H1, H2 ou H3 e as neuraminidases N1 ou N2 (atualmente estão circulando o H1N1, H1N2 e o H3N2). O vírus influenza B não é dividido em subtipos e, basicamente, é capaz de infectar apenas seres humanos.
A infecção pelos vírus influenza resulta em uma produção de anticorpos capazes de eliminar o agente infeccioso, porém um mesmo indivíduo pode ter vários episódios de gripe ao longo da vida. Isto ocorre porque os vírus influenza A e, em menor grau, o influenza B sofrem, constantemente, pequenas alterações em sua composição antigênica. Em razão disto, em uma nova infecção, os vírus influenza não são reconhecidos, pelo menos completamente, pelo sistema imune. Além disto, o vírus influenza A pode, eventualmente, sofrer alterações drásticas em sua composição antigênica e produzir um novo subtipo com alto potencial patogênico, para a qual as populações humanas não teriam nenhuma imunidade prévia. Estas grandes alterações antigênicas podem ocorrer quando estão presentes condições favoráveis, que envolvem o contato entre seres humanos, aves domésticas (influenza aviária ou "gripe do frango") e porcos (influenza suína), possibilitando infecções simultâneas (coinfecção) e a troca de material genético entre subtipos do vírus influenza A de origem humana e animal.
A introdução de um vírus influenza modificado em uma região onde os indivíduos sejam susceptíveis pode desencadear uma epidemia, principalmente se as condições forem favoráveis. Em paises de clima temperado, o ambiente frio e seco durante o inverno favorece a sobrevivência e a disseminação do vírus, razão pela qual
as epidemias ocorrem, geralmente, nesta estação. Durante uma epidemia, cerca de 5 a 15% da população é infectada, resultando em aproximadamente 3 a 5 milhões de casos graves por ano no mundo com 250 a 500 mil mortes, principalmente entre idosos e portadores de doenças crônicas.
No século XX ocorreram três pandemias, todas causadas pelo vírus influenza A. A primeira ocorreu em 1918‐19 pelo subtipo H1N1 (gripe espanhola), a segunda em 1957‐58 pelo H2N2 (gripe asiática) e a última em 1968‐69 pelo H3N2 (gripe Hong‐ Kong). A gripe espanhola, a mais devastadora, causou a morte de um número de pessoas estimado entre 20 e 40 milhões.
Medidas de proteção
A vacina contra a gripe mais comumente utilizada é a injetável, que é elaborada a partir de vírus influenza cultivados em ovos de galinha, hoje já é possível a produção de vacinas com tecnologia e métodos de produção em célula VERO e outras tecnologias. A vacina tem componentes de vários subtipos do vírus influenza, inativados e fracionados. Além disto, existem na sua composição pequenas quantidades de timerosal (Mertiolate®) e de neomicina (um antibiótico). A vacina, por ser produzida com vírus inativados, pode ser administrada com segurança em pessoas com deficiência do sistema imunológico e, se administrada em gestantes, não representa risco para o feto.
A vacina contra a gripe pode ser bastante útil para os idosos e para as pessoas de qualquer idade com doenças de base (pulmonares, cardíacas, hematológicas e imunodeficiências). A vacina, contudo, não protege contra o vírus influenza C. Além disto, não atua contra outros vírus respiratórios (adenovírus, rinovirus, vírus parainfluenza) que, principalmente durante o inverno, podem causar doença semelhante à gripe, embora de menor gravidade. Também não protege contra o resfriado comum (rinovírus, coronavírus). Nos casos em que estiver indicada, a vacina contra gripe deve ser utilizada anualmente para incluir as últimas alterações antigênicas ocorridas com o vírus influenza.
Manifestações
As manifestações clínicas da gripe aparecem entre 1 e 7 dias após a infecção (período de incubação médio de 2 dias). As manifestações da gripe têm início súbito com febre, dor no corpo, dor de cabeça e tosse seca e, evolutivamente, dor ocular e coriza. A doença, em geral, tem duração de 2 a 3 dias. A ocorrência de pneumonia bacteriana, uma complicação comum da gripe que é mais freqüente em crianças até um ano, idosos e indivíduos com doenças pré‐existentes (pulmonares, cardíacas, renais, hematológicas e deficiências imunológicas), pode tornar necessária a internação hospitalar. O resfriado comum, comumente confundido com a gripe, em geral produz coriza intensa e não é acompanhado de febre ou causa febre baixa.
Tratamento
Existem quatro drogas liberadas para o tratamento da gripe (amantadina, rimantadina, zanamivir e oseltamivir ‐ TAMIFLU). Apenas as duas últimas drogas têm ação contra os dois tipos de vírus que habitualmente causam a doença em seres humanos (influenza A e B). A eficácia destas medicações, que têm alto custo, depende do início precoce do tratamento (até o segundo dia das manifestações).
Os antitérmicos e analgésicos podem ser utilizados para controlar as manifestações, principalmente a febre e a dor, porém são destituídos de ação contra o vírus da gripe. A utilização de medicamentos que contenham em sua formulação o ácido acetil‐salicílico (AAS®, Aspirina®, Doril®, Melhoral® etc) não é permitida em crianças com gripe, pela possibilidade de Síndrome de Reye. Esta síndrome, rara e de alta letalidade, está associada ao uso do ácido acetil‐salicílico durante infecções virais em crianças e é caracterizada por comprometimento hepático e neurológico.
As complicações bacterianas, quando ocorrem, devem ser tratadas com antibióticos apropriados. O Staphylococcus aureus, uma das principais causas de infecção secundária na gripe, deve ser sempre incluido entre as causas prováveis da pneumonia bacteriana, até que se demonstre (Gram de escarro, hemoculturas) com segurança o agente etiológico.
O USO DE QUAISQUER MEDICAÇÕES DEVE OCORRER, APENAS, APÓS AVALIAÇÃO MÉDICA
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