quinta-feira, 2 de maio de 2013

Palacete Laguna convida visitantes a conhecer acervo militar

Palacete Laguna convida visitantes a conhecer acervo militar
02 Mai 2013

Imponente casarão no Maracanã traz réplicas de armaduras de guerreiros gregos e romanos


Ao passar pela Rua General Canabarro, no Maracanã, perto da estação de metrô de São Cristóvão, nota-se um imponente casarão. É o histórico Palacete Laguna — assim batizado em 1950, pelo então ministro do Exército Estilac Leal, em homenagem a um episódio da Guerra do Paraguai em que o Brasil saiu vencedor. O imóvel abriga um centro de estudos e pesquisas do Exército, denominado Espaço Cultural Laguna. É aberto ao público, de segunda a quinta, das 10h ao meio-dia, e das 13h30m às 16h30m; e às sextas, das 10h ao meio-dia. Fora desses horários, são permitidas visitas com agendamento, e visitações das 7h30m às 21h, de segunda a sexta. A entrada é franca.
— Há dias em que não vem ninguém. Acho que muita gente nem sabe da existência desse espaço. Mas estamos buscando divulgar mais o nosso palacete e ainda estamos lapidando-o — diz o responsável, general Márcio Tadeu Bergo. — Temos biblioteca, um setor de musicologia e de heráldica e medalhística. Além disso, contamos com um auditório para realizações de seminários e palestras.
O prédio, construído por volta de 1811 (não se sabe a data exata), só abriu ao público em 2000 e foi destinado à pesquisa militar em 2010.
— Acho que estamos com pouco público por causa disso. Apesar de ser uma casa antiga, funcionamos há pouco tempo — diz o coronel Carlos Alberto Nasser, pesquisador da instituição.
Ao entrar, o visitante se depara com várias réplicas de armaduras de guerreiros gregos e romanos.
— Muitos perguntam qual é a relação disso com o Exército. Eu digo que nenhuma. Buscamos mostrar as origens militares e a alma guerreira desses povos — diz Nasser.
Em destaque, um acervo pertencente a um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial: o 2º tenente Luiz Paulino Bonfim, que integrou a seção de informações da Força Expedicionária Brasileira (FEB). A decoração tem lustres, pisos, portões, quadros, cadeiras e mesas do século XIX e do começo do XX.

Primeiramente, a casa serviu como residência para o mordomo do Paço Imperial Francisco Gomes, o Chalaça, companheiro de farras de dom Pedro I. Foi palco também de reuniões históricas, como a da preparação da declaração de maioridade de dom Pedro II, em 1840.
— Em 2000, o imóvel foi vinculado à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, com o objetivo de ser transformado em local de eventos sociais e culturais. Na ocasião, passou a ser chamado de Espaço Cultural Laguna, sendo inicialmente um extensão da Bibliex (Biblioteca do Exército) até 2010, quando tornou-se oficialmente centro de estudos e pesquisas de história militar do exército — afirma Bergo.

Músicas, brasões e medalhas

De acordo com o general Bergo, a missão do Espaço Cultural Laguna, no Maracanã, é desenvolver estudos e pesquisas no campo da história militar, sendo assim um polo irradiador de conhecimentos.
— Falamos entre nós que somos os guardiões da memória, das tradições e dos valores do Exército Brasileiro — afirma.
O local é dividido em quatro setores: pesquisa da história militar, musicologia, heráldica e medalhística e biblioteca.
Na área de musicologia são desenvolvidos projetos culturais, tanto no meio civil quanto no militar.
— Mantemos o acervo documental dos hinos e das marchas marciais e realizamos inspeções técnicas nas bandas de música e fanfarras do Exército — diz o coronel Nasser.
O setor de heráldica e medalhística presta assessoria no estudo e na confecção de brasões, condecorações, distintivos e uniformes históricos.
— Contribuímos para a preservação da tradição do Exército por meio da emissão de pareceres sobre símbolos representativos e concessões de honrarias — diz Nasser.

Há uma parte também voltada para a memória institucional da história militar:
— Temos entrevistas e depoimentos inéditos de quem participou da Segunda Guerra, das operações de pacificação do Complexo do Alemão e da missão de paz no Haiti — diz o coronel Sérgio Stanisck, responsável pelo setor.
Já a biblioteca denominada Coronel Macedo é especializada em história militar e conta com um acervo de nove mil títulos. É aberta ao público em geral para consulta e está integrada à rede de bibliotecas do Ministério da Defesa. O acervo pode ser conferido pelo site www.bibliex.com.br. O ilustrador Jorge Cunha é um dos poucos frequentadores.
— Aqui tem muitos livros raros. É preciso que o povo entenda que a participação militar faz parte da História do Brasil — diz Cunha.

Informações: Rua General Canabarro 731, Maracanã. Telefone: 2565-8390. Entrada franca.

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