Comitiva russa vem ao Brasil para vender armas antiaéreas
Aquisição de sistemas de defesa custaria US$ 1 bilhão; anúncio final do negócio não deve ser feito nesta semana
IGOR GIELOW
A Rússia pretende fechar nesta semana os detalhes para a venda de dois sistemas de defesa antiaérea ao Brasil --um negócio estimado em US$ 1 bilhão (R$ 2,17 bilhões ontem).
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, lidera uma comitiva que estará hoje e amanhã em Brasília para negociar o fornecimento de três baterias Pantsir-S1 e duas de lançadores portáteis Igla-S.
A defesa antiaérea é falha no Brasil. O Exército opera canhões obsoletos e possui um número limitado de lançadores portáteis russos. Recentemente, a Força adquiriu 37 unidades usadas de blindados com canhões antiaéreos alemães Gepard, que servem para proteção de tanques e têm alcance limitado.
Com o Pantsir-S1, a situação é diferente. O sistema é um dos mais modernos para atingir alvos a até 15 km de altitude. Os Igla-S, por sua vez, complementarão o material já em operação no país.
A compra vem sendo negociada desde 2009, e foi autorizada pelo ministro Celso Amorim (Defesa) no mês passado, sem citar valores.
Não deverá, contudo, haver anúncio final da venda na visita atual, na qual os russos voltarão a oferecer parcerias como a participação na produção de seu caça de quinta geração, o Sukhoi T-50. Seria uma alternativa ao travado processo de compra de aviões de combate para a FAB.
Quando emitiu o pedido de propostas, em 2011, o Exército incluiu nas suas alegações a necessidade de melhorar a defesa durante os grandes eventos esportivos à frente.
Até por serem 12 as sedes no Mundial do ano que vem, o argumento não vale tanto para as três baterias do Pantsir, mas faz mais sentido para os Jogos de 2016 no Rio.
O Brasil não quer só os equipamentos. No caso do Pantsir, negocia também a capacitação para produzir as baterias aqui. A Odebrecht Defesa já possui acordo com a estatal russa de tecnologia militar, sendo forte candidata a entrar no negócio.
Shoigu, que se reunirá com Amorim e o vice Michel Temer, viaja a Lima na quinta para tentar outro negócio: vender 110 tanques ao Exército.
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